sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

  --  O ANO DA PANDEMONIA – PARTE I  --



Como prometi lá na postagem inicial, escrevo esse texto só para registro, muito a contragosto e porque promessa é dívida.

O ano de 2020 nasceu sob ameaça de dois problemas causados por diferentes agentes, primeiro, uma pandemia fruto da ação de um microscópico elemento, cuja vitalidade ainda é discutida, e segundo, um pandemônio estrelado por elementos certamente muito vivos, macroscópicos e de nossa própria natureza humana.

Como resultado estamos vivendo, com perdão do neologismo, uma pandemonia, da qual não se sabe ainda se o primeiro agente foi criado ou desenvolvido pelo segundo. 

O que a ciência sabe do COVID19 ainda é pouco, um vírus senão novo, mas renovado e que gerou pesquisas em vários países e uma corrida para obtenção de vacina e/ou de medicamentos que pudessem ajudar na cura dos que foram infectados.

Já agora, iniciando 2021, temos quase um ano de dúvidas, já superamos os dois milhões de mortos no mundo, duzentos mil no Brasil, meia dúzia de vacinas, algumas parcialmente garantidas pela nossa Anvisa. Isso tudo é uma coisa nunca antes vista no planeta, pelo menos não com essa intensidade, globalidade e velocidade.

Estatisticamente estamos falando, grosso modo, em uma morte por conta do Covid19 em cada mil habitantes. Entretanto não se sabe quando essa pandemia vai acabar, até porque já ocorrem novas ondas, reincidências e mutações do tal vírus.

A segunda tragédia é o pandemônio que se instalou na direção do país, governantes que parecem não enxergar a tragédia das vidas que estão sendo destruídas e que deixam as pessoas (devo dizer eleitores?) atônitas, na dúvida entre usar as proteções que a ciência não cansa de falar ou acreditar no diminutivo governo da gripezinha.

Chegamos à inacreditável situação onde a virulência do Covid19 passou a ser uma discussão de caráter ideológico: de um lado um grupo menor, mas poderoso, que elegeu, sem nenhum dado científico, um medicamento como eficaz no combate à doença, e "não se preocupa" com a vacinação; de outro lado, os políticos de ocasião que, claro, só têm como alvo as eleições, mas que de alguma forma seguem, ainda que por interesses outros, a comunidade científica.

Como consequência dessa dicotomia o povo, em geral cansado do isolamento forçado, impedido sequer de buscar o calor humano dos encontros, vendo o desemprego atingir números perigosos, opta, consciente ou inconscientemente, pelo caminho mais fácil, desqualificando o perigo pandêmico.

O ANO DA PANDEMONIA – PARTE II


Metade de Janeiro já passou e assistimos horrorizados à BRIGA DAS VACINAS.

Voltaremos ao assunto, quando da atualização de um placar virtual que até agora indica vitória do Vírus por 2 a 0. 

Mas ainda estamos do primeiro tempo.

Quem viver verá.

Até mais.